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Em uma cidade sem nome do Oriente Médio, uma nova autoridade conhecida como o Portão subiu ao poder após o fracasso da última tentativa de insurreição popular, referida hoje oficialmente como “Os Eventos Execráveis”.
Diante desse novo símbolo do poder, cidadãos de todas as classes sociais se misturam e fazem fila diante do Portão, na esperança de obter resoluções de todos os tipos, de intrincados processos políticos a pequenas autorizações burocráticas, que, caso negadas, colocam em risco sua própria cidadania. A fila se estende por quilômetros, e não há o menor indício de que o Portão irá abrir.
Entre os que aguardam sob o sol estão uma jornalista revolucionária, uma mulher humilde, preocupada com a saúde da filha, e o irmão de um oficial de segurança morto em confrontos com manifestantes. E já próximo à entrada está Yehya, um homem baleado durante os Eventos e que aguarda a permissão do Portão para fazer a cirurgia de remoção da bala que permanece alojada em seu corpo. Quanto mais fraco Yehya se sente, mais a fila cresce. E a cada passo, os motivos para a recusa se ampliam, já que altos funcionários do novo governo passam a negar ativamente a própria existência da bala.
Enquanto isso, Tarek, um médico de princípios inquebrantáveis, cuida do caso de Yehya. Ele agora deve decidir se segue o protocolo como sempre fez, ou desobedece à lei e arrisca sua carreira para operar Yehya e salvar sua vida.
Em uma visão distópica do Egito moderno, onde o absurdo do mundo real pode ser facilmente identificável, A fila descreve a natureza sinistra do totalitarismo e revela a maneira pela qual a autoridade absoluta manipula a informação, colocando sua população a seu serviço e suprimindo os direitos até mesmo daqueles que o apoiam.