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Nascidas no mesmo dia, 4 de julho de 1950, e no mesmo hospital de uma pequena comunidade rural de New Hampshire, nos Estados Unidos, Ruth Plank e Dana Dickerson não poderiam ser mais diferentes. A primeira tem alma de artista e sua imaginação forte destoa da pacata e monótona rotina dos Plank, gente estável como a fazenda que eles comandam há gerações. A segunda sonha com segurança e raízes, algo que os Dickerson jamais poderão oferecer. Indiferentes uma à outra, por vezes ressentidas com o fato de suas vidas serem entrelaçadas, essas “duas irmãs de aniversário” são o fio condutor de As boas filhas, segundo romance de Joyce Maynard publicado pela Rocco.
Acompanhando a trajetória de Ruth e Dana por mais de 50 anos, da infância à velhice, a autora apresenta aos leitores mais que uma história recheada de paixões e dores: faz, também, o relato de uma América em transformação, sacudida pela morte de John F. Kennedy, a chegada do homem à Lua, o festival de Woodstock e a Guerra do Vietnã. Um país em ebulição com questões como a emancipação feminina, as relações do mesmo sexo e as novas configurações econômicas, que fazem com que as pequenas propriedades rurais, como a dos Plank, enfrentem grandes dificuldades para sobreviver às corporações do agronegócio.
É nesse cenário que Joyce Maynard, alternando a narrativa entre Ruth e Dana, traça um retrato pungente de duas jovens com um profundo sentimento de inadequação e um desejo visceral de pertencer a um mundo que, embora não saibam qual é, com certeza não é aquele em que cresceram.