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Em 17 de janeiro de 1912, um grupo de exploradores liderado pelo oficial britânico Robert Falcon Scott atingiu, após enfrentar frio, fome e cansaço, seu objetivo — a conquista do Polo Sul. Infelizmente, para os homens que ali chegavam, o adjetivo “inédito” não podia ser empregado ao feito — outra expedição havia realizado a façanha apenas um mês antes. A eles nada restou exceto dar as costas e iniciar a viagem de volta — que jamais seria concluída.
Um século depois, em 2012, outro grupo de britânicos — pesquisadores da Cass Business School — resolveu colocar à prova a tese do economista Burton Malkiel, de que “um macaco de olhos vendados lançando dardos na página de finanças de um jornal é capaz de escolher um portfólio de investimentos com desempenho tão bom quanto um montado criteriosamente por especialistas”. Malkiel estava errado: praticamente todos os dez milhões de índices gerados aleatoriamente pelos pesquisadores apresentaram resultados melhores do que os selecionados por profissionais.
Que lições estas histórias nos trazem? Poderíamos dizer que a expedição de Scott foi um fracasso — invalidando uma empreitada de mais de três anos por um atraso de meros trinta dias? Teríamos coragem de entregar nossas decisões financeiras, nossas decisões pessoais, ao acaso — ignorando inteiramente a opinião de especialistas e até mesmo nossa própria intuição?
Analisando erros e acertos em nossas trajetórias, o físico Ricardo Horowicz e o psicanalista Luiz Alberto Py se debruçam sobre temas como amor, inveja, finanças, sucesso e arrependimento para questionar se temos afinal controle sobre os acontecimentos em nossas vidas, o quanto somos responsáveis por nossas derrotas (ou por nossas conquistas), e quais as lições que podemos tirar a partir disso para transformar nossa relação com o mundo e com nós mesmos.