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O empreendedor, patriótico e milionário inglês Jack Pitman tem um grande projeto: Inglaterra, Inglaterra, que concentraria, em poucos acres de terra, todos os elementos que compõem a nação inglesa. Com o auxílio da cética consultora Martha Cochrane, seu assistente Paul Harrison e de Dr. Max, o historiador oficial, Pitman constrói na ilha de Wight sua nova Albion, com direito a todos os símbolos da nacionalidade britânica: Shakespeare, bobbies, ônibus de dois andares, Windsor, cerveja, Rainha Vitória, Big Ben, Wembley, esnobismo, Lewis Carroll, Hobin Hood, The Times, chapéus-coco, fleuma, penhascos de Dover, pubs, Spitfires, Francis Drake, Stonehenge, tordos e torta de rins... Em um único passeio, o turista poderia assistir tanto as manobras aéreas da Batalha da Inglaterra quanto a chegada de Guilherme, o Conquistador, enquanto Lady Godiva passeia nua em seu cavalo. Tempo e espaço são definitivamente rompidos, pondo em xeque nossa percepção de Verdade e História. Com talento, humor e erudição, Julian Barnes destrói conceitos de nacionalidade, de sucesso profissional, de relacionamentos amorosos e da própria Natureza em um livro de devastadora ironia. Nem tudo, porém, corre bem no reino dourado de Inglaterra, Inglaterra, especialmente quando a realidade teima em se misturar aos cenários iluminados do grande parque temático. Primeiro, reis assediam pequenas virgens, cisnes são assados em Sherwood e mordazes ingleses provocam tédio e até um inesperado golpe de Estado. Enquanto isso, a Inglaterra original mergulha em uma irremediável decadência, que termina com derrota militar e humilhação. E cada vez mais o mundo se esquece da velha Inglaterra, para lembrar apenas de Inglaterra, Inglaterra.