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Ler, assim como escrever, é uma arte. É na relação entre leitura e escrita que são forjados os grandes clássicos da literatura, os elos inquebrantáveis entre leitor e autor. Relações que surgem nas impressões que o texto provoca no leitor e, por que não, que o leitor provoca no texto, nos inúmeros detalhes de uma trama policial, na força emocional de um poema ou um romance, na carga histórica e crítica política que está nas entrelinhas do mais simples parágrafo de um conto. O escritor Flávio Carneiro explora, e extrapola, todos estes aspectos em O leitor fingido.
Dessa vez, Carneiro se coloca do outro lado do papel para analisar a relação com o texto a partir do ponto de vista do leitor. O livro é dividido em duas partes. Ambas falam sobre leitura, mas Carneiro vai além da palavra escrita, falando também de outras linguagens, como a cinematográfica. A primeira parte, Através do espelho (e o que o leitor encontrou lá) – título inspirado no livro de Lewis Carrol, compõe-se de fragmentos diversos sobre o tema. São divagações do autor das possíveis relações entre escrever e ler. Tais considerações aparecem entremeadas por breves narrativas envolvendo um suposto leitor – o leitor fingido – a meio caminho entre a biografia e a ficção.
Já a segunda parte do livro – Álbum de retratos (o leitor em branco & branco) mostra ensaios curtos sobre personagens leitores, tomados de contos e romances diversos. A ideia foi formar uma espécie de galeria (ou álbum de retratos) de tipos de leitor, espelhados em personagens e obras da predileção de Flávio Carneiro.
O leitor fingido é uma homenagem que Flávio Carneiro faz a um personagem que muitas vezes é esquecido na literatura, mas é o determinante para a perpetuação da escrita – seja ela em que linguagem for: o leitor.