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Como todo coelho, Joãozinho franzia o nariz muito depressa quando estava cheirando, ou melhor, pensando em algo importante. Num desses dias em que a barriga estava roncando uma idéia lhe surgiu à cabeça: fugir da casinhola de grade de ferro sempre que esquecessem a sua comida. Na verdade, a fuga também seria uma boa oportunidade para Joãozinho saber como era a vida do lado de fora. Tinha muita vontade de curtir a natureza e fazer novas amizades. Enfim, dar umas coelhadas por aí. Foi então que ele franziu o nariz mais depressa para pensar. Franziu e franziu milhares de vezes até descobrir finalmente uma maneira de escapar. A história deste livro é uma encantadora homenagem de Clarice Lispector a dois coelhos que pertenceram a Paulo e Pedro, seus filhos.