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Traficantes, vagabundos, criminosos e meliantes são a fauna perfeita que o atirador desta história escolhe caçar. Todo safári tem um lugar para a observação da “vida selvagem”, e aqui não é diferente. As “feras” estão escondidas nas ruas em zigue-zague e nas moradias irregulares de Vila da Fumaça, uma comunidade pobre onde funciona um forte ponto de venda de drogas. A África imaginária localiza-se em frente ao edifício Excelsior, uma caixa de concreto de seis andares que abriga o escritório da Sándor & Associados.
O que o leitor não sabe é que por trás do ambiente limpo e bem iluminado do escritório fermenta também outra fauna: um grupo de advogados criminalistas que acreditam no perdão dos culpados pelos mais rumorosos casos da cidade. Dela fazem parte o empreendedor Arnaldo Sándor, sócio majoritário da empresa, o cadeirante e irônico Geraldo Delvecchio, a bela e sensual Hortênsia Lenzi e o charmoso, mas dissimulado, Murilo Marques, noivo de Francisca Sándor. Entre esses personagens, as relações não são o que parecem e guardam muitos segredos.
Os dois mundos parecem separados até que o assassino fará com que eles estranhamente se unam. Seu aprendizado é de que a arte requer tempo. Mas o tempo de treino não foi o suficiente para uma performance aprimorada, ainda não é um sniper profissional. O seu método – um disparo, um acerto – parece perfeito. Mas falha. Um inofensivo animal perde a vida neste terrível safári. Os alvos descobrem quem os persegue e um policial chega muito próximo à verdade.
Alternando o cenário dos crimes em série com as reminiscências do assassino, Luís Dill coloca o leitor no meio do fogo cruzado. E ele terá que se esgueirar pelas ruelas estreitas, os corredores da empresa e as lembranças de um menino ardiloso para descobrir a verdadeira identidade desse ousado caçador.