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Preste atenção no vermelho.
A cor está nos detalhes: nos bilhetes, nos envelopes e no cenário dos crimes. Por onde quer que passe, o assassino deixa como assinatura um lastro vermelho de pistas. Mas, para a dupla de detetives André e Gordo, a cor é apenas um indício da complexa personalidade do serial killer do novo caso que assumiram.
Juntos, eles mergulham no universo da literatura policial para destrinchar o funcionamento dessa mente homicida avessa aos best-sellers de autoajuda e entusiasta de Dashiell Hammett.
Os autores do famoso grupo editorial Frieden estão morrendo e o modus operandi é sempre o mesmo: uma injeção de estricnina que leva as vítimas ironicamente a manterem o risus sardonicus como expressão para eternidade.
Em cada cena de crime, o assassino deixa uma dica para a próxima vítima que será encontrada apenas na obra de Hammett e, de quebra, um exemplar de A irmãzinha, de Raymond Chandler.
Perambulando pelas ruas do Rio de Janeiro, guiados pela fome do Gordo e a sede de cerveja de André; esse duo de amantes de livros e aventuras vai correr contra o tempo para decodificar os sinais do assassino e salvar a vida dos autores do grupo Frieden. Para isso, vão contar com a ajuda de Heleno, um policial aposentado; da bela e despachada Ana, namorada de André; e do alfaiate Valdo Gomes, um amante da obra de Hammett que entra em cena para arrematar os fios desse mistério.
A trilha vermelho-sangue os leva ao possível alvo final do assassino: Victor Winner, o sedutor e bem-sucedido sócio do Frieden, que esconde um segredo enterrado num passado nebuloso.
E é ao desvendarem esse segredo, que André e Gordo vão descobrir que vermelho, na verdade, é a cor da vingança.
Nessa história de enganos e disfarces, Flávio Carneiro presta sua homenagem singular ao gênero policial ao apontar um desfecho inusitado para um caso em que a paixão e a vingança são parceiras no crime.