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Inspirado na infância da autora, O corpo em que nasci conta a história de uma menina que nasceu com uma deficiência no olho, uma mancha que borra o que ela enxerga à sua volta. Mais que isso: imprime nas coisas, nos outros, nas experiências, as digitais de seu próprio corpo, estranho e marginal. Narrado em forma de solilóquio no divã de uma psicanalista – neutra e invisível – este é o romance de formação de Guadalupe Nettel. Criada em um ambiente progressista no México, estrangeira em uma periferia de Aix-en-Provence e dona de um imaginário peculiar, Guadalupe arquiteta sua prosa com introspecção e uma naturalidade desconcertantes. Ao desfiar suas memórias mais íntimas numa linguagem que às vezes soa como um relatório, Nettel se afasta da ideia de catarse e se aproxima de uma investigação de seu próprio território, este corpo que a localiza e a faz existir no mundo, geografia irregular e palpitante com a qual ela tenta se reconciliar.
O corpo em que nasci pertence a coleção Otra Língua, organizada por Joca Terron.